AMANDA SARMENTO
Livre
Autor – Roger Morais
Amanda Sarmento é carioca, libriana, 25 anos. É cria de Cosmos, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Além da vida corrida, é responsável por alguns trabalhos de muita qualidade. Navegando entre o Neosoul e o R&B, possui uma melodia que é capaz de combinar facilmente com outros ritmos como Reggae e o Garage.
Além disso, é dona de uma voz e uma métrica que são de tirar o chapéu. E ela acaba de lançar o primeiro EP de sua carreira, intitulado “Livre“, ao lado de Haro MC, Arthur Lastra e KKROTO e Carlo Aquino.
As músicas transmitem uma sonoridade e um toque de misticismo que encanta qualquer um, demonstrando que Amanda carrega todas as qualidades e condições para brilhar em sua carreira, que está apenas no início.
E a RAPGOL Magazine teve a oportunidade de trocar um papo com a cantora. Em uma entrevista exclusiva, Amanda Sarmento troca uma ideia conosco sobre seu início na carreira artística sobre o processo de criação do EP.
“…o que mais me motiva a seguir na música é o amor mesmo que tenho por isso.”
RAPGOL Magazine – Agradecemos imensamente em participar dessa entrevista conosco. Conta pra nós quem é Amanda Sarmento e de onde você é cria.
Amanda Sarmento – Eu sou cria de Cosmos, uma área pouco conhecida da zona oeste. Fica perto de Santa Cruz, Paciência… Nasci e fui criada aqui com minha família que é enorme. Amanda Sarmento é um “alter ego” de quem eu sou.
É uma mina poderosa, sensual, correria… uma mistura das referências das divas do hip hop que eu via na TV com as divas que me cercam no meu dia a dia, na rua e na minha família.
Eu sou muito tímida, então na minha cabeça Amanda Sarmento é uma mina que pode tudo que a Amanda do dia a dia tem medo. Não é uma personagem, sou só eu melhorada. (risos)
RAPGOL Magazine – O que mais te motivou a iniciar e seguir na música?
Amanda Sarmento – Eu não me lembro de em algum momento da minha vida não fazer música. Sempre fiz, desde criança sempre cantei, e estive envolvida em música: coral de igreja, apresentação de escola, teatro e por aí vai. Já fui DJ também, mas me lançar mesmo como artista foi em 2018.
Acho que o que mais me motiva a seguir na música é o amor mesmo que tenho por isso. Não me vejo parando de fazer música, só de pensar nessa possibilidade fico triste, porém não é fácil.
“Olha na minha cara e fala que eu sou rara…”
RAPGOL Magazine – Quais que você pode dizer que foram os maiores obstáculos em sua carreira até aqui?
Amanda Sarmento – Além dos obstáculos que toda mina na cena enfrenta como falta de visibilidade, etc. O meu maior obstáculo é a falta de grana…
Também tem um outro obstáculo muito grande que é lidar comigo mesma e com a auto sabotagem… Sou muito crítica com o que eu faço e isso as vezes atrapalha muito. As vezes nosso maior obstáculo é a gente mesmo.
RAPGOL Magazine – Quais são as suas grandes referências musicais?
Amanda Sarmento – Eu amo sonoridade da Erykah Badu, Lauryn Hill, Alicia Keys, Akua Naru, Princess Nokia. Amo as vozes roucas da Joss Stone, Amy Winehouse, Janis Joplin, Billie Holiday.
Mas sem dúvida minhas maiores referências são da música brasileira, tanto em sonoridade, voz, composição… Tudo! Gosto muito de MPB, samba… Alcione, Jovelina Perola Negra, Jorge Ben… E a lista é MUITO grande, mas vou citar duas artistas que gosto muito e que ouço todo dia, que são a Flora Matos, e a Céu.
Livre
RAPGOL Magazine – Você lançou ontem o seu EP, intitulado “LIVRE”. Como foi o processo de criação e quanto tempo levou para ficar pronto?
Amanda Sarmento – Eu já vinha escrevendo e planejando esse EP a muuuuito tempo. Mas rolaram várias coisas que impediram, o que foi péssimo na época, mas depois foi bom, pq o projeto que eu tinha em mente antes mudou totalmente depois.
Mas eu já vinha compondo e correndo atrás de estúdio, essas coisas…. Durante esse processo aconteceu muita coisa, conheci muitas pessoas, participei do álbum da Larinha… E conheci o estúdio da Mangolab. E na hora certa também conheci o Lastra que me mandou o beat da LIVRE, e eu já tinha ela mais ou menos escrita do outro projeto.
Depois outro beatmaker entrou em contato comigo, e eu fui juntando os melhores beats com as minhas melhores letras. Tudo fluiu “do nada” na hora certa.
Devo ter feito umas 5 sessões no estúdio da Mango com o Illu, o que durou um mês, e depois mais um mês pra Haro e para o Lastra mixar e masterizar. Mas eu já estava correndo atrás de fazer esse EP tinha um ano, e aconteceu no momento certo.
” ela só quer balançar… “
RAPGOL Magazine – Qual é a sua expectativa quanto a resposta do público, em relação a esse lançamento?
Amanda Sarmento – Eu espero que ouçam muito (risos). Que fiquem viciados, hipnotizados, que se amem muito ouvindo meu som, que dancem muito na noite. Que coloquem para quando quiserem relaxar…. Espero que meu público aumente também.
RAPGOL Magazine – Como você enxerga a ascensão dos artistas de Grime e de Drill no Brasil?
Amanda Sarmento – São gêneros que estão crescendo cada vez mais e se tornando populares. Acho que a galera do Rj sabe fazer como ninguém, e ainda vão crescer muito.
É engraçado as pessoas sempre me perguntarem sobre Grime e Drill porque eu ainda to aprendendo sobre. Não é exatamente o que eu faço. Mas acho que é por causa da minha participação no “SONORA” do Brasil Grime Show e também por causa da música “Rara” que também é um R&Drill…
Eu gostei de fazer R&Drill, me encontrei nesse estilo, fluiu bem naturalmente pra mim, mas não me prendo a nada. Gosto de música e de misturar rnb com tudo.
RAPGOL Magazine – Cite para nós três artistas que sua visão merecem maior destaque na cena?
Amanda Sarmento – A Afroditebxd é uma mina muito talentosa, escreve e rima muito, deveria ter muito mais destaque. A Mc lizzie tem uma estética e musicas muito brabas que anda vão tocar muito na pista. E meu amigo, WES também, que é um artista LGBTQiA+ e merece o mundo.
RAPGOL Magazine – Como foi lidar com os trabalhos, projetos e planos em meio a uma pandemia que vem assolando a nossa sociedade?
Amanda Sarmento – Graças Deus e por incrível que pareça as coisas começaram a fluir pra mim exatamente na pandemia. Mas não foi fácil lidar com o caos do mundo e fazer arte ao mesmo tempo.
RAPGOL Magazine – Você participou recentemente do projeto “Grime no CCSP”. Como foi pra você trabalhar ao lado de diversos artistas conceituados?
Amanda Sarmento – Foi uma doideira. Minha primeira viagem para trabalhar com música. Fiquei com muito medo de não entregar algo a altura.(risos). Mas conheci pessoas incríveis nessa viagem pra São Paulo. Aprendi muito com elas. Principalmente com as minas que conheci, que me deram confiança para botar fé no meu trabalho. Tenho eterna gratidão por isso e por quem me convidou para participar do projeto.
“Tipo uma cigana duas cartas na sua frente”
RAPGOL Magazine – Além do EP, o público pode aguardar alguma novidade da Amanda Sarmento ainda este ano?
Amanda Sarmento – Esse ano não. Vou dar uma descansada. Quero ir acampar, fugir um pouco dessa Babilônia. Mas já tenho coisas gravadas para soltar ano que vem.
RAPGOL Magazine – Qual a mensagem que você gostaria de deixar para a galera?
Amanda Sarmento – Sejam fortes e corajosos.
E se Amanda Sarmento prometeu novidades para o o ano que vem, é certo de que os fãs e o público em geral não ficarão decepcionados. Acompanhe abaixo o EP “LIVRE”:
Jornalista, nascido no Centro do Rio em 1990. Já passou por veículos de comunicação impressa e também pelo rádio.
Torcedor do Grêmio, amante do futebol latino-americano e inglês.