Camila Viera, que atende ao nome artístico Shamilla, é uma das artistas femininas com forte crescimento na cena musical e de entretenimento. Abraçada pela RZN Records, gravadora localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro, pelo DJ e Produtor Musical Fabio Broa, realizou shows e eventos culturais pelo Rio de Janeiro.
Seu primeiro trabalho artístico, surge em 2020, com o lançamento do EP “Vivências”, que contém a obra audiovisual de Saudade Me Faz. Recentemente ela esteve conversando com o nosso jornalista Roger Morais sobre sua carreira e projetos. Foi a partir dessa estreia que lhe permitiu alcançar e conquistar um público, Shamilla tem o objetivo de elevar seu trabalho para um outro patamar, com seu segundo EP Minha Voz é Bala.
Projeto que tem como cargo chefe o gênero R&Drill, o EP que chegou nas plataformas de streaming nesta sexta-feira, 6 agosto, possui 5 faixas autorais e exclusivas, com a participação do artista VITIN e uma faixa produzida por Fell. O gênero musical escolhido surge a partir de sua experiência com o Brasil Grime Show, no qual participou de três episódios.
Shamilla busca contradizer a estrutura machista que domina esse cenário do Drill e seus subgêneros, com a intenção de provar o poder de uma mulher na linha de frente deste gênero musical, a fim de desmistificar estereótipos que são postos contra o seu corpo.
Fotos: Maria Paula Saeva
Rapgol – Primeiramente obrigado por disponibilizar um espaço em sua agenda, para sentar e conversar conosco. Logo de início gostaríamos de saber: Como está a Shamilla após estes meses de preparação para o lançamento do EP?
Shamilla – Eu estou tranquila, em paz, realizada e muito feliz. Rapgol – Quais foram as referências para a construção deste projeto?
Shamilla – Primeiro eu agradeço ao Brasil Grime Show por me apresentar o R&Drill, eu consegui me encontrar, me desafiar, e encarar lados diferentes de mim. Segundo, minhas referências para esse projeto foram as mulheres que fazem drill lá fora, na gringa, Shayboo é uma que me influenciou muito, tanto musicalmente quanto na postura. E por último, melodicamente, meu amigo que também é cantor Tony.
Rapgol – A escolha de apenas uma participação no EP, foi para mostrar a sua força dentro do R&Drill?
Shamilla – Como o EP possui poucas faixas, sempre achei uma participação suficiente, assim foi com meu primeiro EP “Vivências”, e agora no “Minha voz é bala”, sempre escolho uma faixa e um artista que eu considero muito, nesse caso, meu amigo Vitin. Sobre mostrar a minha força, eu acho que é possível com participações ou não, é mais sobre o trabalho como um todo, é sobre as pessoas me conhecerem. Rapgol – Quem acompanha sua carreira, pode perceber o quando você amadureceu e como a preparação para este novo trabalho foi gigante. Como foi estar produzindo o álbum em meio a toda esta confusão que o mundo se encontra atualmente?
Shamilla – Tive dificuldades, não vou mentir, foi bem difícil compor pra esse EP, levei mais tempo do que de costume, mas no fim deu tudo certo, busquei inspirações pessoais, familiares, tem faixas que contam histórias, e fluiu muito bem quando entendi isso, que a inspiração da escrita está nas pessoas que me rodeiam. Rapgol – Em uma outra oportunidade, você conversou conosco e na ocasião falou sobre as participações no Brasil Grime Show. Gostaríamos de saber: esta imersão direta lhe ajudou nas métricas e rimas?
Shamilla – Com certeza, as oportunidades que esse projeto me deu me proporcionaram muitas referências, e a partir de um estudo, eu consegui absorver a estética, mas trouxe ela pro meu eu, a Shamilla. Rapgol – Como é o seu processo de composição? Você gosta de escrever sobre o beat pronto ou faz suas composições e depois vai adequando ao beat que o produtor lhe apresenta?
Shamilla – Minha composição é feeling, me deu vontade de escrever, eu vou escrever e dar meu máximo. Eu sempre componho em cima de beats, gosto de sentir cada elemento da batida, começo a criar melodias e depois a lírica.
Rapgol – A faixa “Rio de Janeiro” abre o EP e é recheada de vivências cariocas e uma coisa que nos chamou a atenção é a afirmação “ser fiel ao que eu sou”. Você acha que está faltando isso na sociedade, as pessoas serem fiéis aos seus ideais?
Shamilla – E como rs Falta originalidade na cena musical como um todo, enxergar artistas como pessoas e não como produtos. Eu tento ao máximo me lembrar quem eu sou, de onde vim, da criação que eu tive, evoluindo sempre, regredindo jamais. Eu digo na minha música “Meu caminho” assim: Não me corromper, ser referência pra geral… E é sobre isso, não esquecer minha essência e ser fiel realmente comigo e com quem me rodeia. Mundão já tá ruim demais… Rapgol – As fotos promocionais são sensacionais! Fale um pouco sobre este trabalho, qual foi a equipe responsável?
Shamilla – Trabalhei com a equipe dos meus sonhos! E é a equipe que quero manter em todo lançamento! As responsáveis por minha beleza foram todas mulheres incrivelmente talentosas, tenho orgulho demais, meu figurino foi assinado pela Jéssica Mendes, maquiagem pela Bruna Teodora, cabelo por Renata Terra, unhas por Bárbara Nascimento, fotografia por Maria Paula Freire (guardem esse nome na cena), e eu tenho que agradecer demais ao meu produtor musical Fábio Broa e ao meu produtor artístico Felipe Lemos. Essa equipe é extremamente comprometida e profissional, eu sou privilegiada! Um agradecimento aqui também ao meu social mídia Wallace Custódio e ao Tom que cedeu o estúdio da sua empresa Knowhow Productions.Rapgol – “Minha voz é bala” está nas ruas, é uma realidade e tem uma sonoridade um pouco diferente do seu primeiro trabalho. Qual a sua expectativa sobre a aceitação do público ?
Shamilla – Acredito que meu público é fiel e abraça tudo que eu proponho! Os Shamilletes amam minha versatilidade e liberdade de expressão, e eu adoro isso, mostrar que sou versátil e mutável é incrível. Também pretendo alcançar novas pessoas com esse meu trabalho, pois estou vindo com muito mais força e confiança. Rapgol – Para finalizarmos, você está ansiosa para apresentar este trabalho ao vivo?
Shamilla – Ansiosa e extremamente preparada! Sinto muita falta de fazer shows, breve, com os cuidados, vamos estar junto a todos vocês!
Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.
