Verum fala sobre o seu editorial: ” A moda nas falvela$” Como a periferia dita as tendências
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As comunidades, o funk e o rap estão ditando o ritmo da moda entre os jovens há um bom tempo.
Lucas, é conhecido como Verum , tem 18 anos de idade e é morador do Complexo da Mirante, Porto Alegre, RS. Ele é o autor do editorial ” A moda nas Falvela$” Como a periferia dita as tendências”, a RAPGOL MAGAZINE sentou para conversar com o jovem e entender um pouco sobre sua vida, correria e o motivo para a criação deste interessante editorial.
RAPGOL MAGAZINE – Salve Verum! Fale um pouco mais sobre você.
VERUM – Meu nome é Lucas, mas a maioria me conhece como Verum, eu tenho 18 Anos e moro no Complexo da Mariante, mas já morei em várias outras quadradas da minha cidade, Nasci e cresci ouvindo Funk, na escola, na minha comunidade, ele sempre foi muito presente, minha mãe nunca gostou muito por conta dos palavrões mas sempre entendeu que a música era importante.
RAPGOL MAGAZINE – Quando surgiu o interesse pelos artigos de moda?
VERUM – Sempre que escutava Funk, ouvia sobre as roupa e desde menor, escutava o MC Kauan e sonhava com um 12 Molas (risos), com o tempo eu fui percebendo que não era só ostentação entende? Era muito mais que isso, era mostrar que quem veio de baixo também podia lançar um tênis que custava na época R$1.000,00, quando entendi isso eu comecei a gostar ainda mais e logo comecei a trampar para ter meus trajes, com 14 anos lancei meu primeiro boné comprado com meu dinheiro, que foi um Quiksilver letreiro amarelo, lembro até hoje.
RAPGOL MAGAZINE – E como era estar usando algo que você batalhou para comprar, como você se sentiu?
VERUM – Com o passar do tempo eu vi que a moda na periferia que vinha do Funk e do Rap era muito marginalizada, Assim como a música. Por um tempo tive que parar de usar as roupas que eu gostava para me encaixar no “perfil” para uma vaga de trabalho no banco.
RAPGOL MAGAZINE – Quando você percebeu que as vestimentas da periferia estavam em todos os lugares?
VERUM – Nos últimos anos eu observei que os boys de classe alta ou a galera não periféricas, usavam muitas vezes os mesmos artigos que nós da periferia usávamos, que era bonito parece “Favelado”, passei a perceber que quando quando uma moda estourava na favela e um tempo depois eu ia para um shopping em um bairro de alta renda e o pessoal estava usando.
RAPGOL MAGAZINE – Você após observar esta expansão, percebeu alguma mudança em relação a periferia?
VERUM – Não! Eu sempre via a nossa cultura sendo marginalizada, quando eram os filhos do pessoal de mais renda no shopping, eles não sofriam enquadro dos seguranças, não tinha esta de ouvir que parecia bandido, mas quando nós da quebrada estávamos por lá, eu escutava muitas vezes tanto dos seguranças quando dos policiais.
Verum falou sobre o que lhe motivou de fato a mostrar como a periferia dita as tendências:
“cansei de ouvir que é coisa de bandido, mas quando boy veste vira tendência. Aqui é a favela quebrando a bolha, chegando me outros lugares e temos que sentir orgulho disto. Somos influencia dentro e fora da periferia. “
Criaa da Zona Oeste do RJ.
Comunicador, fotógrafo, colecionador de camisas de times e camisa 8 no time da pelada.
Trabalhando com notícias e informações desde 2002.