Clara Lima: pluralidade de talento e sonoridade
Clara Lima sempre entregou para a cena algo diferenciado, com sua personalidade atrelada ao seu talento musical, se destacou ainda muito jovem e sempre esteve no páreo com os principais nomes do rap nacional.
A artista mostra em sua essência e trajetória o amor e a influência da cultura Hip Hop. Sendo representante ativa do movimento, Clara surgiu nas batalhas de rima e se provou como uma MC que entrega flow, originalidade, precisão e muito conhecimento.
Quando o rap mineiro chutou a porta da cena com os dois pés e mostrou toda sua potência, ela estava ali, como integrante de um grupo que potencializou artistas de todo seu estado. O DV Tribo foi um marco para a história recente do rap nacional.
Focando em sua carreira solo, a artista entregou o álbum “Selfie” e os EPs “Transgressão” e “Só Sei Falar de Amor”, além de diversos singles, com destaque para a faixa “Sem Medo de Ser Feliz”, que acumula mais de 1.6 milhões de visualizações no clipe disponibilizado no YouTube.
uma nova fase na carreira musical
Agora, buscando uma ressignificação para sua carreira, a artista explora múltiplas sonoridades e surge com a proposta de seu novo EP “Som Que Vem da Alma” trazendo um pouco da MPB contemporânea alinhada com seu estilo musical próprio, que possui raízes dentro do rap.
“Existe uma diferença entre a música que sonoramente pode ser compartilhada: no carro com os demais ocupantes, no som do quarto com uma companhia que aprecia de forma intensa aquela letra, num show com milhares de pessoas e uma só voz entoando a canção. Músicas dão brilho à vida e são elos de ligações entre pessoas, povos e nações. Mas e a música da vida? E o som que vem da alma? Essa é de escolha solo! Cada um possui consigo uma trajetória de tons, sons, que não cabem em nenhum outro exemplar da espécie humana. Ouvir o som que vem da alma é sempre solitário. Único. Porque esse som pode ser doce como o soar de uma flauta, alternado por vezes e vezes em graves rufar de tambores. Esse é o som que vem da alma”, versos de Clara Lima para a abertura de seu novo projeto.
“SQVDA” possui 5 faixas que serão liberadas semanalmente até o dia 1º de Abril, data que o projeto completo será disponibilizado. Para marcar o lançamento das primeiras duas faixas lançadas “Intro + Querendo Vida”, conversamos com Clara sobre sua carreira e o atual projeto.
RAPGOL Magazine – Sente saudade das batalhas de rima? Pensa em voltar algum dia a batalhar?
Clara Lima – Cara, eu sinto saudade da época das batalhas, daquela energia mais inicial, sabe? Um sentimento real, mas não sinto saudades de batalhar não hahahaha. Batalha só como jurada, apresentadora ou público!
RAPGOL Magazine – O que mais mudou em sua vida profissional desde a saída da DV Tribo até aqui?
Clara Lima – Bastante coisa mudou de lá pra cá, mas acredito que minha maturidade pra lidar com tudo ao redor é a parada que vejo que mais mudou desde então.
RAPGOL Magazine – De onde surgiu a experimentação sonora de SQVDA? Foi natural esse processo?
Clara Lima – SQVDA surgiu a partir da criação da faixa “Som Que Vem da Alma”, música tema do EP, que inclusive foi a primeira a ser criada e surgiu a partir de uma pasta absurda e diversa de beats do Teo Guedx. Todo o processo foi bem natural, isso foi muito louco, totalmente genuíno.
RAPGOL Magazine – Quais foram suas principais referências musicais para o projeto?
Clara Lima – Eu fui criada em um lar onde a música sempre fez parte da nossa vivência, então acredito que foi um mix de referências de tudo que eu consumi a vida toda, sabe? Mas não posso negar que Charlie Brown JR foi e é uma puta referência pra mim.
A RAPGOL Magazine fala sobre música e claro fala sobre futebol. Você é uma mulher que sempre está vestindo umas camisas de times. Quais são as suas três camisas de time prediletas?
Clara Lima – Galão da massa qualquer uma, Juventus 1 21/22, Real Madrid 1 modelo 2007.
A cantora Clara Lima sempre se mostrou livre e fora de rótulos. Quando questionada sobre quais os próximos rumos de sua carreira e se podemos aguardar mais experimentos com outros gêneros musicais, ela respondeu:
“Liberdade pra ser e fazer o que quiser”.