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INFÂNCIA, RESPEITO, EMPREENDEDORISMO E MUITO MAIS EM UM PAPO FIRMEZA COM DPAULA
INFÂNCIA, RESPEITO, EMPREENDEDORISMO E MUITO MAIS EM UM PAPO FIRMEZA COM DPAULA

INFÂNCIA, RESPEITO, EMPREENDEDORISMO E MUITO MAIS EM UM PAPO FIRMEZA COM DPAULA

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Conheça Francine de Paula aka DPaula, 29 anos, morando a uma década em Curitiba e movimentando a cidade com sua arte. DPaula já virou referência quando o assunto é grafitti, empreendedorismo e procede pelas ruas curitibanas.

INFÂNCIA, RESPEITO, EMPREENDEDORISMO E MUITO MAIS EM UM PAPO FIRMEZA COM DPAULA

Hoje Francine tem um evento chamado “Sticker Day” onde trás pichadores do Brasil inteiro e rola o maior networking das ruas em um só lugar. DPaula também tem sua lojinha independente onde tem produtos exclusivos elaborados por ela mesmo, como camisetas e canecas, todas com seu logo ou desenho que a artista cria diariamente.

Batemos um papo com ela sobre infância, respeito, pichação, empreendedorismo e mais, confira abaixo – Foto de capa por: zonapretaprod.

RapGOL Magazine: Salve DPaula, obrigado por conversar conosco, tudo certo!?

DPaula: Salve salve família RapGOL, tudo certo! Na correria, mas tudo certinho!

RapGOL Magazine: Aqui a gente sempre prefere iniciar a conversa com o início de tudo… você sempre gostou de desenhar?

DPaula: Sempre gostei de desenhar, na escola a galera sempre me pedia ajuda pra desenhar, fazer algum letreiro pra capa de alguma atividade. Aula de artes era a minha favorita, mesmo eu sendo da galera do fundão, risos

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RapGOL Magazine: Como era a Francine na infância?

DPaula: Era uma mina super tímida, mais de boa, com o tempo eu fui aprendendo a lidar com isso.

RapGOL Magazine: Qual a principal diferença que você sentiu quando chegou em Curitiba?

DPaula: Eu vim de uma cidade pequena né, moro em Curitiba uns 9/10 anos já, e tudo era muito novo pra mim, eu já gostava de desenhar, mas não tinha noção o quanto morar em uma cidade grande ia me inspirar muito mais, aonde eu nasci não tinha muito graffiti/pixação/stickers e eu cai no meio da cena da rua aqui em Curitiba e a galera foi me acolhendo, me respeitando e hoje em dia é isso, muito louco, sou muito grata por essa caminhada.

RapGOL Magazine: A DPaula nasceu quando?

DPaula: A DPaula é bem novinha, nasceu quando eu comecei colar adesivos na rua e desde ai a galera foi me vendo em todo canto da cidade, isso a 3 anos atrás, sou bem novata no role e o pouco tempo experiencia que tive aprendi muita coisa, muita mesmo e a DPaula de 3 anos atrás não é a mesma de agora, o objetivo é sempre melhorar, ser melhor que ontem, sempre.

RapGOL Magazine: Somos um site que fala sobre rap, mas também adoramos futebol e o esporte em geral. Sei que existe um lado atleta dentro de você. Basquete e Bike são seus passatempos preferidos?

DPaula: Curto muito jogar um basquete, mas fazer uns arremessos, jogar, jogar mesmo não sou muito boa, risos, mas na cesta eu me garanto kkkk, adoro frequentar o Bar Tangie aqui em Curitiba, lá posso ouvir uns raps e jogar de boa, meu lugar favorito.  Pedalo praticamente todos os dias pra ir trampar, além de poupar na passagem do ônibus que está um absurdo me sinto livre saindo por aí pedalando, fazendo umas tags no meio do caminho.

RapGOL Magazine: Pra qual time de basquete você torce?

DPaula: Lakers

RapGOL Magazine: Qual camiseta de basquete você acha foda?

DPaula: Cara, eu piro naquela peita do Toronto Raptors, a clássica.regata nba mitchell ness retro toronto raptors roxa carter 151 e72c0bccae5561d33e15967463260978 640 0

RapGOL Magazine: Voltando pro graffiti… Qual país você sonha em ir pintar?

DPaula: Acho que não tem um lugar específico que eu sonhe pintar, só quero está na ativa sempre, espalhando meu nome por aí, seja no brasil ou não. Meu sonho é não parar de pintar e ganhar dinheiro pintando.

RapGOL Magazine: Pixação, Tag ou Graffiti? Por quê?

DPaula: Minha paixão a primeira vista foi pelo grafitti e pela tag, eu acho foda a pixação mas eu me bato pra fazer uns retos, não me dou bem. Mas é só por isso que prefiro o grafitti, por me dar bem com o letreiro gordinho.

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RapGOL Magazine: A cena da pichação em Curitiba sempre foi grande e só cresce a cada dia, por você ser mulher teve dificuldades de relacionamento entre essa galera?

DPaula: uma vez que marcou uma cena, aconteceu de eu estar em uma sopa de letras e tinha só eu de mina, um mano veio cumprimentar o cara que estava do meu lado e tipo, só cumprimentou o cara, como se eu nem estivesse ali na hora, estivesse invisível, ta ligado? É foda, mas comigo os caras nunca chegaram na malícia talvez por conta de eu ser lésbica, e eles me verem como um “brother”. Tem muita mina que eu conheço que já sofreu assédio, do cara chamar pra pintar já na maldade de querer algo e por aí vai, mesma história de sempre. É embaçado, respeito em primeiro lugar, as minas só querem pintar em paz. Ao mesmo tempo que tem os Zé tem os manos que são firmeza de verdade e tem o máximo respeito pelo corre das minas.

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RapGOL Magazine: O machismo está presente em tudo, na pixação não seria diferente… Hoje em dia como você enxerga isso?

DPaula: Acredito que precisamos só ser vistas, vamos chamar mais mina pra tocar no seu evento, mais MC mina, mais mina pintando no seu rolê. Tem muita mina foda, que fazem a parada acontecer. Não queremos ser lembradas só no dia 8 de março.

RapGOL Magazine: Pessoas que estão na rua deixando sua arte são cheias de histórias hilárias… Tem alguma que aconteceu algo muito inusitado ou que “moio” que você pode contar pra gente?

DPaula: Po, tenho com certeza, essa foi a mais embaçada, risos, um mano organizou uma sopa de letras, fez grupo no WhatsApp, chamou uma par de gente….daí beleza… Lembro bem, foi no dia das crianças de 2021, ele fez o flyer, era bem no dia da minha folga, eu não conhecia o mano, conheci na hora, porque sopa de letra é assim, um vai chamando o outro e por aí vai. Daí acordei, o sol estava estralando e pensei, vou pintar, e eu gostava de chegar cedo nas sopas pra pegar o melhor pico né, daí me arrumei, colei na casa do mano, conheci ele e colamos no pico, e nisso o grupo no WhatsApp a galera falando ,logo menos tô colando, já chego aí, tals. E eu faceira peguei logo a testada, comecei a preencher de látex, passou um pia que ia pintar também de moto falando que ia buscar a tinta e já voltava, na hora que eu estava terminando de preencher o carro da GM (Guarda Municipal) encosta, e eu bem de boa, segura que o pia tinha autorização do muro continuei meu preenchimento, os bicos desceram do carro e perguntou se tinha autorização, daí eu continuei pintando tranquila. Daí o fulano disse que tinha autorização, só que dos moradores, e o muro era de uma cancha de futebol, tinha nada a ver com moradores, o bagulho era público. Daí eles falaram que receberam uma denúncia, mó b.o mano. Levaram a gente pra delegacia do meio ambiente, eu fiquei muito puta, o cara organizou um rolê em um muro público, chamou um par de gente, enfim, mó irresponsabilidade. Assinei uma multa de 10mil, paguei advogado, gastei uma grana e no dia da audiência perguntaram se eu queria pagar 300$ ou serviço comunitário, daí paguei os 300$ e me livrei desse B.O, acho que isso foi a fita que mais me marcou assim de todos os roles que já fiz. Você pintar ali no vandal e saber que você tá correndo riscos é uma coisa, agora você tá pintando achando que tá tudo suave e vem esse b.o é foda.

RapGOL Magazine: Contra pra gente sobre seu projeto “Sticker Day” e quais as novidades pro ano que vem.

DPaula: Deixa-me te falar, Sticker Day cola desde a galera mais velha do movimento até quem está começando a pouco tempo. Sticker Day é uma parada que veio e a cada edição tá crescendo cada vez mais. Já tivemos a edição com o Negro MIA, com a Eneri e é muito massa reunir a galera do pixo, do graffiti, do sticker, crianças, expositores em um rolê que a cada edição é inesquecível, dá uma dorzinha de cabeça organizar um rolê assim mas sempre vale muito a pena. Todos saem satisfeitos, todo mundo curte na mesma frequência, se respeitam em primeiro lugar, e é isso. Já teve 4 edições e em 2024 vão rolar outras, mas sem previsão por enquanto.

RapGOL Magazine: Você sempre anda bem vestida, você gosta de moda?

DPaula: Eu sou enjoada, sempre quero estar estilosa, principalmente meu cabelo na régua kkkkkkk, não entendo muito do mundo da moda mas sempre procuro estar trajadona. Tenho um vício chamado colecionar tênis Phibo da ÖUS também.

RapGOL Magazine: Qual suas marcas favoritas?

DPaula: no momento roupa procuro usar da galera do corre independente, os amigos que vendem os panos, DHUMOFU tá sempre no meu guarda roupa, ÖUS sempre no pé e FLYS nos acessórios.

RapGOL Magazine: Conta pra gente um pouco da sua marca, “DPaula Company”

DPaula: Quem tá no corre independente sabe que não é fácil manter uma marca, procuro sempre que possível lançar umas peitas, eco bag, canecas, prints… É muito gratificante ver a galera consumindo sua arte, várias minas pretas usando minha ecobag, se identificando.

RapGOL Magazine: Você tem noção que é referência para várias mulheres que sonham em empreender e fazer seu corre diário sem depender de ninguém, né? Que dica você dá para as pessoas que se inspiram em você?

DPaula: foda de mais ver as minas pretas se identificando com meu corre, as vezes não tenho noção da proporção que isso pode chegar. Só digo uma coisa, não desista, não é fácil, a vida é correria, embaçada, mas sempre é gratificante quando você faz a parada acontecer. Procure saber, aprender com as vivências e é isso, só se vive uma vez, vai sem medo.

RapGOL Magazine: O que anda tocando nos fones da DPaula?

DPaula: tô escutando bastante a Nabru, uns raps que batem muita com minhas vivências. NaBru é uma Mana lá de SP, ouçam.

RapGOL Magazine: Qual sua comida favorita?

DPaula: Difícil escolher uma só kkkkkkk tudo que for besteira eu gosto muito

RapGOL Magazine: O que a DPaula gosta de fazer que quase ninguém imagina?

DPaula: Nem só de rap vive uma graffiteira, risos, gosto de ouvir uns pagodin/samba também.

RapGOL Magazine: Gosto de sempre pedir indicações das pessoas que eu entrevisto, tem algum livro, filme, que você curte muito e quer compartilhar conosco?

DPaula: ultimamente te ouvindo mais podcast, pode ser? Indico: GOSTOSAS TAMBÉM CHORAM COM LELA BRANDÃO.

RapGOL Magazine: Como você se enxerga daqui 10 anos?

DPaula: Vivendo da minha arte, marca.

RapGOL Magazine: Acho que é isso DPaula, obrigado por bater esse papo conosco. Deixa seu salve final aí.

DPaula: Eu que agradeço o espaço, pelo convite, obrigada todo mundo que acompanha meu corre, me fortalece, só fé!

 

Joaozin

Jornalista, fotógrafo, amante do rap nacional e fã nato do Baianinho de Mauá.

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